terça-feira, 21 de dezembro de 2010
UMA NESGA RUMO A CASA
No concorrido aeroporto de Doha – a Qatar airways ganha cada vez mais adeptos pelo mundo – sobravam indicações de “delayed” no painel das partidas. Tememos o pior. Sabíamos que por essa Europa sobravam aeroportos fechados e são aos milhares os que estão retidos, sem poder viajar. A Sofia e o Paul, que chegariam no mesmo dia que nós, estão retidos três dias em Londres.
Essa não era, certamente a melhor forma de terminar esta viagem. Ao todo foram 14 voos e empenar logo no fim era castigo imerecido.
A nossa escala era em Milão. E sabemos que o Norte de Itália costuma boicotar em força quem viaja de Inverno. Os olhos cresceram mais atentamente para o painel e, algo incrédulos, esboçámos um sorriso. Tímido.
Será que vamos mesmo ter sorte? Escapar por uma nesga?
A verdade é que à hora prevista, estávamos a fazer o check-in. Estava a correr bem. Mas nada impediria de que a situação mudasse já quando estivéssemos nos céus da Europa.
“Está tudo calmo. Nem sequer há neve”, queixou-se o Carlos, minutos antes de Malpensa nos estender a pista.
“Olha melhor, pois é impossível. Vais ver que quando descermos um pouco mais não faltarão mantos brancos”, respondi.
E assim foi. A zona de Milão estava completamente branca, mas, às 05:30, os deuses ainda dormiam, tal como a sua fúria. Escapámos de ventos e tempestades e pousamos serenamente num imenso manto branco. A primeira parte do problema estava resolvida.
Agora havia que deixar o Terminal 1 e correr para o Terminal 2, onde nos esperava um voo Easyjet. Operação bem sucedida. Mesmo com a confusão festiva de vários “tifosi” do Inter, que esperavam no aerporto a equipa que se tinha sagrado campeão do Mundo.
Juntos, estávamos autorizados a transportar 60 quilos. Malvadez, levámos 60,1 kg. Rimos com vontade. A menina do check-in não achou assim tanta piada. Nem quando, prestáveis, nos voluntariamos a retirar 100 gramitas de uma das malas. Há quem não acorde de bom humor…
Com pequeno atraso, acabámos por partir. Os próximos passos em terra firme, já seriam no Porto…
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