Um despretensioso registo desta aventura nos antípodas…

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PRIMA DA PRIMA DO MEU CUNHADO...



Desta vez, a inspecção para entrarmos na Austrália pareceu-nos bem menos rigorosa, pelo que alguns itens proibidos acabaram mesmo por passar. Sem stress ou risco de multa, pois anunciámos que trazíamos material de “risco”. Bom, ainda assim, trata-se apenas de comida, sementes e pedrinhas recolhidas nos glaciares Franz Joseph e Fox.

Cá fora, ligámos à Sofia e minutos depois lá vinha, sorridente, acompanhada de Paul.

Como diz o título, a Sofia é prima da prima do meu cunhado, o Francisco, casado com a minha irmã, a Isabel (Helena para os amigos).

Logo no facebook, por onde a contactei, mostrou uma alegria e vivacidade anormais e que confirmámos na plenitude nos dias em que nos albergaram. Kingscliff, a 100 metros do mar, com saída privativa para o “creek”, com corrente que variava com os humores da maré.

À disposição têm pranchas de surf e material de snorkling”, disse-nos. Sorrimos.

A chuva julgava que nos abatia, mas enganou-se. Apenas nos alterou substancialmente os planos. Mas nem por isso nos divertimos menos. E assim o primeiro dia foi passado a conhecer parte de um parque nacional afamado na região e a nível nacional. Ainda não temos a certeza se é um dos elogiados pela UNESCO.

Completamente encharcados, mas felizes, continuámos a divagar pela estrada até encontrarmos algo que seria impossível em Portugal: é frequente na berma das estradas os agricultores montarem uma banca onde vendem fruta e legumes. O preço está assinalado e há uma balança para pesar os produtos.

Até aqui, tudo normal, não fosse o agricultor estar na sua vidinha, sem a preocupação de receber os potenciais compradores. São os próprios clientes a escolher o que desejam. Pesam e pagam.

Qualquer um pode prevaricar, pois falta a vigilância. No entanto, ninguém o faz. É uma questão cultural. Há inúmeros princípios morais que os australianos se recusam a quebrar. Por formação. Quem age contra a natura e o bem comum, costuma pagar bem caro pela desfaçatez. Faltam exemplos destes na “tugaria”. Também por isso, afundamo-nos a pique enquanto projecto de país...

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