Um despretensioso registo desta aventura nos antípodas…

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ULURU


Numa paisagem muito plana e surpreendentemente verde, os tons alaranjados do Uluru sob o cristalino azul do céu provocam um impacto ainda maior nos visitantes (dizem que são 400.000 por ano, mas a verdade é que nos dois dias em que lá fomos não teremos visto mais de 250, o que estraga a anunciada média).

Mal saímos de Ayers Rock, começámos a ver a imponente rocha, que estava ainda a uns 20 distantes quilómetros. Curva após curva, ia ganhando forma e dimensão. Não resistimos a fotos precoces, apanhando cada ângulo novo que se nos deparava no horizonte.

Finalmente, chegámos à sua base. Enfrentámo-la com espanto. É efectivamente grande. Monstruosa. Bela. Imponente.

O verde caminho pedestre em torno do Uluru tem 10,6 quilómetros. Sob o calor que verga, é aconselhável beber um litro de água por hora. O mais normal é esta aventura exigir cinco. Hummm... peso a mais. E não achámos que fizesse muito sentido.

O Mala walk tem apenas dois quilómetros. Foi essa a opção ao final do primeiro dia. No segundo pôr do sol que fomos contemplar ao Uluru, fizemos parte do Lungkata, com o dobro da distancia. A rocha é disforme consoante a perspectiva que dela se tem.

Ainda em Portugal, já sabíamos que não íamos subir o Uluru. Há quem o faça, mas isso é um desrespeito total para o povo aborígene. Após a vida térrea, a sua alma repousa aqui. Caminhar sobre o túmulo de outros não é propriamente a melhor forma de os homenagearmos.

O que surpreendeu foi o aviso com o pedido para não subirmos (com tantas regras castradoras na Austrália, não custava proibir esta aventura) e na face principal do Uluru ter uma espécie de corrimão para auxiliar os prevaricadores. Sem sentido.

Ao segundo dia, andámos também no Kata Tjuta. Não se trata de um, mas de vários rochedos. Igualmente um lugar sagrado para aborígenes. Sob o tal calor implacável, fizemos o Walpa Gorge e parte do Winds walk.

O Centro Cultural, na base do Uluru, conta parte da história do povo aborígene. As diferentes nações (a Austrália está dividida em vários países aborígenes), as crenças, o modo de vida. São apresentados objectos do quotidiano e um vídeo, de qualidade ultrapassada, sobre a forma como sobrevivem às adversidades desta natureza rude e exigente.

Sem dúvida, um trabalho perfeito da que é a mais antiga cultura preservada do mundo. Até que chegou o homem branco...


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