Um despretensioso registo desta aventura nos antípodas…

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

E DE UM DEDO EM RISTE NASCE...


Quando olhei pelo retrovisor, ainda não me tinha apercebido bem do vulto que pedia boleia. Reparei que tinha chapéu e uma mochila. Parecia ter cabelo claro e longo. E sabia que no banco de trás o Zé Luís estava com pouco espaço livre. Muito pouco.

Ainda assim, o Carlos parou. Recuou uns 30 metros e deparámo-nos com uma jovem que precisava ir a uma cidade “a sério” para comprar mantimentos, tendo de percorrer uns 75 quilómetros para o fazer. Com uma grande mochila... vazia.

Atirei com Hungria e República Checa, mas ela era polaca. Mónica é de Poznan e couchsurfer. Em Agosto estive lá em trabalho e conheci vários CS's da sua bela cidade. Pouco depois, atirei com 27 anos, disse-nos que tinha apenas 23. Mas nem isso estragou o ambiente. Chamou-me judeu um par de vezes. Já nem me lembro das afinidades que apontou, mas nenhuma tinha a ver com dinheiro.

Mónica viveu quatro meses na Austrália, até ser deportada. Insistiu na jornada no outro lado do planeta e anda há uns meses a viajar tranquilamente pela Nova Zelândia, antes de apostar, mais tarde, em “mais quatro ou cinco meses na Ásia”.

Logo ali, sei que devíamos te-la estrangulado. Mas esta terra amansa-nos, torna-nos sensíveis às belezas da natureza e não conseguimos fazê-lo.

A meia hora em que lhe pudemos ser útil continuou com uma pausa para “trincar” algo, trocar contactos e deixa-la no melhor ponto possível para poder seguir viagem.

Bonito o gesto de nos abraçar na despedida, como se já bons amigos fossemos. Ficou a promessa de nos visitar em 2011.



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