Muitos julgam, erradamente, que esta é a capital da Nova Zelândia. De facto, Auckland é “apenas” a maior e mais desenvolvida cidade deste país dos antípodas. E, sem dúvida, a mais cosmopolita. O local que concentra mais visitantes. Felizmente, há muitos turistas que só muito tarde descobrem o éden que é a ilha sul, boa parte dela património natural da UNESCO. Assim acreditámos que não a chegarão a estragar...
Instalámo-nos a 20 metros da rua principal, onde o movimento é perpétuo. Também aqui, os restaurantes asiáticos ganharam a batalha gastronómica. Sobra a oferta. E multiplicam-se também os orientais nas ruas da cidade, que desce orgulhosa e imponente até ao mar.
Com a água no cenário, o porto dá outra vida, uma nova côr a Auckland. É nesta zona onde se sucedem bares de extremo bom gosto (todos com possantes porteiros maori), polvilhados de jovens e mais experientes, todos com a certeza que é ímpossivel passar uma noite sem diversão. A proibição de beber álcool na rua cai que nem uma luva. Grande “noite”, a de Auckland.
Tal como no resto do país, tudo parece natural. As pessoas são extremamente expansivas e comunicativas. Em escassos minutos, parece que conhecemos o interlocutor neozelandês de há já algum tempo. Esta gente faz-nos sentir em casa.
Já no contrariado regresso a casa – tínhamos de acordar às 03:30 – cruzámo-nos com um cromo italiano que se metia com tudo quanto era do sexo feminino, independentemente da beleza ou idade.
“Ciao bella. You are so beautyfull. Give me a kiss”, dizia, continuadamente, a tudo o que circulava em duas pernas e não tinha barba. Falámos animadamente durante longos minutos e, mesmo algo alcoolizado, teve o bom senso de nos alertar para uma exposição de fotografia ao ar livre.
Tratava-se de “A Terra Vista do Céu”, que já a tínhamos visto em Paris e Copenhaga. Um espantoso trabalho de fotografia com imagens/reportagem belíssimas sobre tudo o que de bom e belo (e nefasto, igualmente) o nosso planeta tem (aguardei uns anos, mas a edição portuguesa já está lá em casa).
Quis saber muito de Portugal. E a verdade é que revelava já um conhecimento assinalável da realidade do nosso país.
Entretanto, encantou-se com pouco, uma vulgar espanhola com quem ficou a falar até desaparecermos no horizonte.
Programámos a ida para o aeroporto apenas com o tempo suficiente para lá chegar e fazer-mos o check in. Foi arriscado (acabámos por verificar que o foi mais do que pensávamos), mas confiámos no nosso potencial. Carro devolvido, últimos passageiros a entrar no avião de volta à Austrália.
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