Um despretensioso registo desta aventura nos antípodas…

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PÂNICO NO AEROPORTO



O cansaço acumulado cria muitas vezes fortes dissabores. Erros que podem ser fatais. Hoje, apenas um pequeno “milagre” impediu que a aventura nos antípodas começasse muito mal. Com lição memorável. E bem fundo no nosso bolso.

“Rui Batista, Mr. Rui Batista”, ouviu-se insistentemente na instalação sonora do aeroporto de Perth, sem que eu tivesse dado por isso.
Tínhamos já cumprido com todas as formalidades burocráticas para entrar no país quando o Carlos e o Zé Luís foram levantar dinheiro. Eu abri a minha mala para pegar em barras de cereais, fechei-a, mas depois vi um sinal “free internet” e voei até ao posto para dar breve conta da nossa chegada.

Minutos depois, sou abordado pelo Carlos, em alvoroço por causa da polícia...
“Rui Batista, Mr. Rui Batista”, continuava a soar, repetidamente, nos altifalantes. E eu persistia no meu mundo autista.
Segundos antes, Carlos, quando ouviu o aviso, correu para o lugar onde era suposto eu estar. Encontrou dois agentes com ar de quem nunca teve amigos apontando para a minha mala.
“É o Rui Batista?”
“Não, mas vou chamar”.

E foi com cara de quem suspira por uma máscara ou um buraco bem fundo para me enfiar que me apresentei aos dois possantes agentes da autoridade.
Um deles pediu-me o passaporte, registou os dados, deu-me várias lições de moral e, por isso, insinuou que iria aplicar-me uma multa que jamais me faria cometer deslize semelhante.
Estava já resignado. Não queria era complicações ainda maiores nas férias, muito menos que prejudicassem os meus companheiros de viagem. O Carlos, que continuava comigo, ainda amenizou o ambiente.
No fim, ainda não sei como, deixaram-me ir... com o conselho de que não voltasse a repetir a gracinha, até porque outros meios já estavam a ser accionados.

Minutos depois, ainda mal refeito da situação, saí do terminal para perguntar a três agentes policiais informação sobre transporte para a cidade, sem reparar que um deles era precisamente um dos “amigos” que estava determinado a explodir com a minha mala.
“Então, voltou a perder a bagagem?”, questionou, atirando de seguida sonora gargalhada.

O quarteto, registe-se, foi de simpatia extrema. Um dos outros agentes chegou mesmo a pedir mais perguntas. “É para isso que me pagam, para ajudar as pessoas”.

O sol brilhava e às 08:00 a temperatura já ía nos 20 e poucos graus. Optámos por um taxi e fomos para Fremantle.

2 comentários:

  1. ui ui .... que sorte!!!!
    cá para mim querias era passar uns dias de ferias na bela cadeia de Perth!!

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  2. Seu terrorista!!......... :))
    Nem era viagem sem história "à Batista" :))

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