domingo, 14 de novembro de 2010
“Heartbreaker”
É no ar que repousam os sonhos. Os nossos estão exactamente a 11.303 pés de altitude, onde tudo parece mais claro. Com ou sem Syrah.
Sem sobressaltos, no voo da Qatar, vão-nos indicando, à hora das várias orações, para que lado fica Meca. À medida que avançamos, ficamos a saber o exacto ângulo e a distância precisa para o lugar que cada devoto do Islão deve visitar, ao menos uma vez na vida.
Sentados em velocidade cruzeiro, bem perto do anunciado paraíso, divagamos. Questionamo-nos sobre quantos, mergulhados nas amarras da rotina, nos esquecemos de sonhar? Verdadeiramente.
Não falamos dos sonhos vãos – aqueles destinados ao insucesso da cómoda desistência antecipada, sem verdadeira luta para serem realizados – mas daqueles que nos fazem sentir plenos.
Sim, é na busca de momentos de plenitude que gastamos as nossas energias, empenhamos os nossos créditos.
A conversa rolou e desafiamo-nos a lembrar o último momento de genuína magia que nos invadiu a alma? Ou a mais recente gargalhada pura ou a derradeira lágrima. Estendemos esta conversa aos que no nosso quotidiano nos rodeiam e inquirimos sobre a necessidade de cada um cometer uma loucura (saudável) para sentir liberdade no peito. Temos feito outros felizes? Somos capazes de nos rir de nós próprios? Quebramos a rotina e conversamos com estranhos? Que “prendas” nos temos oferecido?
Temos experienciado a dor? Ou preferimos viver em dormente anestesia. O que nos trava para dar o “salto”?
Enfim, aqui, acima das nuvens, tudo parece mais fácil, claro.
Juntos, carregamos 106 anos de ilusões. E muita humildade para saber que quanto mais andámos, mais nos falta caminhar.
Não procuramos grandes momentos, fotos ou momentos de arromba, mas simplesmente aqueles delicados pormenores que perduram, intemporalmente. Sem necessidade de serem catalogados, eternizados em qualquer parte inteligente do ser.
Não fugimos e nada perseguimos. Apenas corremos, animados, para um lugar cada vez mais intimo e quente em cada um de nós. Uma viagem sem stress. Braços abertos para o improviso, companheiros e cúmplices entre nós e de tudo aquilo que o mundo tem para nos dar.
Estamos no céu e aqui queremos continuar. Com ilusão e sorriso sereno para a magia.
PS: Obrigado, “Heartbreaker”
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Tocante "Heartbreaker" :-)
ResponderEliminarQuanta inspiração...
ResponderEliminarBjs :-)
Com um início assim, a viagem promete! boa viagem!
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